Vassourinha-de-botão: características da planta daninha
A vassourinha-de-botão pertence à família Rubiaceae, e é uma planta daninha nativa da América tropical. Ela infesta lavouras, pastagens, áreas degradadas e antropizadas.
No Brasil, essa espécie tem sido considerada uma das mais danosas plantas daninhas da soja, do milho e do algodão. Ela tem ganhado destaque por já haver relatos da ineficiência do uso do glifosato no seu controle.
Neste artigo, saiba como identificar essa invasora e fique por dentro das melhores formas de manejo. Boa leitura!
Características da vassourinha (planta daninha)
A vassourinha-de-botão (nome científico Spermacoce verticillata) é uma planta invasora de difícil controle, que ocorre em todo o território brasileiro. Popularmente, ela também é conhecida por:
- Perpétua-do-mato;
- Poaia-botão;
- Poaia-rosário;
- Falsa-poaia;
- Vassourinha;
- Erva-botão;
- Cordão-de-frade.
A vassourinha-de-botão tem porte herbáceo e ciclo de vida anual ou perene. O caule dessa planta daninha é bastante ramificado. Seu hábito de crescimento é semiprostrado ou ereto. Ainda, ela pode atingir cerca de 80 centímetros de altura.
As folhas não têm pecíolos ou são curtamente pecioladas. Elas são simples e têm formato linear-lanceolado.
A inflorescência dessa espécie invasora é do tipo cimeira. Isso quer dizer que as flores estão dispostas muito próximas umas das outras, o que forma um aglomerado com aparência de globo. As flores da vassourinha têm coloração branca.
Na vassourinha-de-botão, as inflorescências estão localizadas nas axilas e na porção terminal dos ramos. Os frutos dessa invasora são do tipo cápsula.
A raiz da vassourinha é pivotante e profunda. Trata-se de uma planta muito rústica, que consegue se desenvolver mesmo terrenos ácidos e com baixa fertilidade de solo. A propagação dessa espécie ocorre por sementes.
Além da sua importância na agricultura, a vassourinha-de-botão também é bastante utilizada na medicina tradicional, no tratamento de diversas doenças. Ela apresenta propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antimicrobianas.
Como identificar essa planta invasora?
A correta identificação das plantas daninhas é fundamental para que o manejo seja realizado com sucesso. A vassourinha-de-botão pode ser identificada visualmente com base nas suas características. Lembre-se de observar os seguintes aspectos ao fazer a avaliação visual:
- Crescimento semi-prostrado ou ereto;
- Folhas lisas
- Folhas simples com formato linear-lanceoladas;
- Flores nas axilas da planta;
- Flores aglomeradas e em formato de globo, com cor branca;
- Fruto tipo cápsulas;
- Sistema radicular pivotante.
Além dessas características, para saber se a planta daninha é a vassourinha-de-botão, veja se a última inflorescência está assentada sob brácteas pendentes.
Outro aspecto que deve ser considerado é a disposição das folhas no ramo. Ainda, as folhas ficam inseridas na mesma altura, no mesmo nó, ao redor do eixo.
A identificação visual pela planta adulta é mais fácil, quando comparada a uma planta jovem. No entanto, é importante destacar que o controle é mais eficiente quando realizado nos estádios iniciais do desenvolvimento das espécies invasoras.
Danos causados pela Spermacoce verticillata
A presença da vassourinha-de-botão interfere negativamente no desenvolvimento das espécies cultivadas. A competição por recursos (água, luz, espaço e nutrientes) reduz o crescimento das plantas, diminui a produtividade e interfere na qualidade do produto final.
Além disso, a presença de espécies indesejáveis prejudica o processo de colheita. Afinal, ela aumenta a quantidade de impurezas e eleva a umidade do produto.
A vassourinha-de-botão também pode ser hospedeira de doenças, insetos-praga, ácaros e nematoides. A seguir, veja melhor como realizar o manejo dessa planta daninha.
Vassourinha-de-botão: controle da espécie invasora
Por se tratar de uma espécie de difícil controle, é importante que o manejo da vassourinha-de-botão seja pautado em esquema integrado de estratégias de controle.
Métodos como o preventivo, cultural, mecânico e químico podem ser utilizados no manejo dessa planta invasora.
Químico
O controle químico é bastante eficiente no manejo das plantas daninhas. No entanto, é preciso deixar claro que ele deve ser adotado em associação com outros métodos de controle.
Em campo, já foi observada a resistência ao glifosato no controle da vassourinha-de-botão. Isso principalmente quando o glifosato é aplicado em plantas em estádios avançados de desenvolvimento.
Por isso, é importante que o controle químico seja feito quando as plantas invasoras ainda são jovens. Confira a seguir as moléculas herbicidas registradas para a vassourinha-de-botão na Embrapa e no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento):
- diclosulam + halauxifen-metil;
- glifosato-sal de isopropilamina;
- glufosinato-sal de amônio;
- glufosinato-sal de amônio + lauril éter sulfato de sódio;
- imazapir;
- picloram + herbicida 2,4-D;
- picloram + 2,4-D-trietanolamina;
- picloram-trietanolamina + 2,4-D-trietanolamina.
Ao adotar o manejo químico, é importante sempre respeitar as orientações quanto à dosagem, época e modo de aplicação dos produtos. Use os equipamentos de proteção individual no manuseio e na aplicação dos produtos.
A rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação é outro ponto que merece atenção. Essa estratégia diminui a pressão de seleção, dificultando a seleção de plantas resistentes. Além disso, a rotação amplia o número de espécies controladas.
Preventivo
As medidas preventivas têm o objetivo de evitar a entrada e o estabelecimento das espécies invasoras em áreas não contaminadas. Algumas das estratégias preventivas que você pode adotar são:
- evitar que as plantas daninhas se reproduzam e disseminem suas sementes na área. Para isso, é importante que elas sejam controladas ainda na fase inicial de desenvolvimento;
- realizar a limpeza das ferramentas, máquinas e implementos agrícolas. Isso evita que torrões de terra contendo sementes de vassourinha-de-botão e de outras espécies sejam transferidos de uma área para outra;
- eliminar focos de infestação de plantas daninhas;
- realizar o controle das espécies invasoras no período da entressafra;
- realizar o controle das plantas espontâneas nas bordaduras das lavouras, estradas e carreadores;
- realizar o plantio da cultura com sementes de alto valor cultural.
Cultural
No controle cultural, são adotadas as boas práticas agronômicas. Essas práticas têm o objetivo de fornecer condições adequadas para o desenvolvimento da espécie cultivada.
Veja os principais métodos de controle cultural utilizados no manejo da vassourinha-de-botão:
- época de plantio;
- arranjo espacial das plantas;
- rotação de culturas;
- cobertura do solo no período da entressafra;
- integração lavoura-pecuária;
- consórcios de cultivos.
Mecânico
No controle mecânico, a supressão das plantas invasoras ocorre pelo efeito físico de equipamentos como enxada e cultivador. Os métodos utilizados nesse tipo de controle são:
- capina manual;
- roçada manual ou mecânica;
- cultivo mecanizado.
A cobertura morta também possui efeito físico e colabora com o controle das espécies invasoras. Os restos vegetais formam uma barreira física que impede a passagem de luz, temperatura e umidade.
Além disso, o processo de decomposição desses resíduos liberam compostos aleloquímicos. Essas substâncias podem inibir a germinação e o estabelecimento das plantas invasoras.
Conclusão
A vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata) é uma planta daninha de difícil controle. Ela pode se desenvolver mesmo sob condições de baixa fertilidade e acidez do solo.
A identificação desta espécie invasora é feita principalmente pelas suas características visuais. Nesse artigo, foram apresentados vários aspectos que podem te ajudar nesse processo.
O manejo dessa daninha é realizado pela adoção de medidas preventivas, culturais, mecânicas e químicas. Na dúvida, sempre consulte um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a).
Mais uma vez, agradecemos por ter nos acompanhado neste artigo. Desejamos sucesso em sua jornada e que você possa colher os frutos de uma atuação responsável e sustentável.
Bons estudos e crescimento profissional!
Até a próxima!