Dicas para Controle de Plantas Daninha do Algodão
O controle das plantas daninhas é de extrema importância, principalmente quando se trata de uma cultura tão sensível à competição quanto o algodoeiro.
Conheça algumas espécies de plantas daninhas e como controlar.
- Buva
Muito agressiva e amplamente disseminada por todo o Brasil, a buva (Conyza spp.) também é conhecida por voadeira, rabo-de-foguete e margaridinha-do-campo.
Produz quantidades elevadas de sementes que se dispersam com facilidade na área, o que justifica sua presença em grande parte do país.
A buva é uma das plantas daninhas que já apresentaram resistência ao glifosato, o que a torna de difícil controle.
- Corda-de-viola
Também conhecida por corriola, campainha e jetirana, a corda-de-viola (Ipomoea sp.) é uma planta daninha de grande importância econômica na agricultura.
De hábito trepador, ela se enrola no algodoeiro, podendo causar estrangulamento e acamamento da planta.
Durante a colheita do algodão, a corda-de-viola também compromete o funcionamento dos componentes móveis da colhedora, causando mau funcionamento da máquina.
- Capim-amargoso
O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma gramínea que causa danos a diversas culturas de interesse econômico. Dependendo da região, pode ser conhecido como capim-flecha e capim-milhã.
Trata-se de uma planta com metabolismo fotossintético C4, que tem a capacidade de se desenvolver durante todo o ano.
Essa planta daninha forma volumosas touceiras a partir de rizomas e, assim como a buva, é de difícil controle por já ter apresentado resistência ao glifosato.
- Caruru
O caruru (Amaranthus spp.), também conhecido por bredo e crista-de-galo, é outra planta daninha com ampla janela de adaptação, ou seja, se desenvolve mesmo em situações adversas.
Essa planta tem rápido crescimento e elevada produção de sementes, o que garante sua disseminação por todo o território. É também uma planta de difícil controle devido à resistência ao glifosato.
- Leiteiro
Também conhecido por amendoim-bravo e café-do-diabo, o leiteiro (Euphorbia heterophylla) tem trazido grandes prejuízos às lavouras. Sua presença causa diminuição da produção e da qualidade do produto colhido.
O leiteiro apresenta deiscência explosiva (bolocoria). Isso quer dizer que seus frutos têm a capacidade de lançar as sementes longe da planta-mãe, o que facilita sua disseminação.
Também é uma planta daninha que, ao longo dos anos, adquiriu resistência ao glifosato.
Plantas daninhas que interferem na qualidade da fibra do algodão
Algumas espécies de plantas daninhas também interferem diretamente na qualidade da fibra do algodão, como é o caso do picão-preto (Bidens pilosa), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus), carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum) e capim-colchão (Digitaria horizontalis).
As sementes dessas plantas apresentam estruturas que aderem à fibra, reduzindo a qualidade do produto e, consequentemente, seu valor de mercado.
Além disso, a presença de impurezas aumenta os custos de beneficiamento do algodão.
Quando controlar as plantas daninhas do algodão?
É fundamental conhecer o histórico da área em que será implantada a lavoura. O conhecimento prévio da comunidade infestante permite estabelecer um plano de ação eficiente, que deve ser iniciado antes da semeadura e se estender até o momento da colheita.
Tendo em vista que o algodoeiro é muito sensível à competição, qualquer interferência externa pode comprometer a produtividade. Assim, o cultivo e a colheita devem ser feitos com a área sem plantas invasoras, ou seja, “no limpo”.
Métodos de controle das daninhas do algodão
Controle preventivo
O controle preventivo tem intuito de evitar que novas sementes procedentes de outros locais sejam introduzidas na área cultivada.
Para isso, é preciso:
fazer a limpeza de máquinas e implementos antes de transferi-los de uma área a outra. Essa medida evita que torrões de solo contendo sementes de plantas daninhas sejam levados para outra área de cultivo;
utilizar sementes de algodão certificadas;
fazer o controle das plantas daninhas também na bordadura das lavouras e nos carreadores, pois o trânsito de animais e até mesmo o vento podem levar sementes indesejadas para a área cultivada.
Controle químico
No mercado, é possível encontrar diversos produtos para o controle de espécies daninhas na cultura do algodão. No entanto, a escolha do herbicida deve ser pautada em alguns fatores, como:
cultivar do algodão;
grau de seletividade;
espécie e estágio de desenvolvimento das plantas daninhas;
tipo de solo;
condições climáticas;
tecnologia de aplicação.
Também é importante evitar o uso de produtos isolados com resistência comprovada.
Dentre as moléculas disponíveis para o controle de plantas daninhas na cultura do algodão temos:
haloxifope-P-metílico;
carfentrazona-etílica;
diurom;
dibrometo de diquate;
cletodim.
Mas, o processo de escolha de herbicidas é complexo, o que remete à necessidade de acompanhamento por um engenheiro agrônomo.
Práticas de manejo integrado
A rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação é uma das técnicas que deve ser adotada pelo cotonicultor.
Essa medida amplia o número de espécies controladas, diminui o banco de sementes do solo e dificulta a seleção de biótipos resistentes.
Outra técnica é a rotação de culturas, que traz inúmeros benefícios como a diversificação da produção, melhoria das qualidades físico-química e biológica do solo e controle de plantas infestantes.
Cada cultura requer um manejo específico e os efeitos dos diferentes sistemas de produção contribuem para a diminuição do banco de sementes.
Na entressafra, deve ser dada atenção especial ao manejo das plantas daninhas. As medidas adotadas nesse período refletirão diretamente na próxima safra tanto no que se refere ao tamanho da população invasora quanto ao número de aplicações de herbicidas.
Esperamos que essas dicas possam auxiliá-lo em seu aprendizado.
Att,
Fonte: https://blog.aegro.com.br/plantas-daninhas-do-algodao/