Controle das Formigas Cortadeiras
As formigas cortadeiras tornaram-se pragas presentes em grande parte das áreas cultivadas, florestas homogêneas e pastagens. Entre as espécies mais importantes, destacam-se as saúvas e as quenquéns, respectivamente dos gêneros Atta e Acromyrmex.
Tanto as saúvas (Atta spp.) quanto as quenquéns (Acromyrmex spp.) causam sérios danos às plantas devido ao corte de folhas, brotos e cachos.
A atividade das formigas é prejudicial em qualquer fase do ciclo das plantas, porém o dano é maior na fase de formação, quando paralisa temporariamente seu crescimento e, por isso, temos de fazer controle das formigas. Para ajudar o agricultor neste controle.
As diferenças entre as saúvas (Atta) e as quenquéns (Acromymex) é que as primeiras são maiores e constroem ninhos maiores. Nesse sentido, as saúvas são bem mais destrutivas que as quenquéns. Se não for realizado o controle adequado e no momento certo, elas podem dizimar toa a vegetação, o que gera sérios prejuízos ao produtor de eucaliptos, produtor de frutíferas (e outras culturas) e pecuarista, pois até mesmo os pastos são atacados.
Conhecendo diferentes formigas cortadeiras
A Saúva
A Rainha é uma Tanajura que foi fecundada em vôo, pousou no solo, perdeu as asas, escavou a primeira panela e, assim fazendo, fundou um novo formigueiro.
O seu papel é o mais fundamental na colônia: somente ela põe os ovos dos quais nascem todas as outras, isto é, ela é a “mãe” do formigueiro.
Desta maneira a Rainha controla o número de soldados, cortadeiras e jardineiras de cada estação. A rainha escolhe o local para a nova colônia e, sozinha inicia a escavação da primeira panela do formigueiro. A seta indica que a rainha perde definitivamente as asas.
Além disso, a Rainha que parece comandar todas as atividades do formigueiro, liberando diferentes hormônios que ajudam a organizar as tarefas principais.
Quenquéns
Quanto às quenquéns, levando em conta que a colônia é bem menor e menos populosa, a sua organização é basicamente a mesma que a das saúvas.
Dependendo da espécie, todas as operárias podem ser iguais ou então de vários tamanhos ou cores na mesma colônia, os reprodutores também são bem menores que nas saúvas.
As operárias colônia está pronta para iniciar as atividades fora do formigueiro inicia-se os cortes de plantas pelas operárias.
Um aspecto importante para o reconhecimento de algumas dessas quenquéns é a enorme quantidade de ciscos e palhas sobre as entradas dos formigueiros. Além disso, as quenquéns apresentam quatro ou mais espinhos nas “costas” (tórax).
Métodos de Controle
Monitoramento
O monitoramento das formigas cortadeiras considera o potencial de dano dos formigueiros conforme o seu tamanho. Ao conhecer a extensão do formigueiro e a população de formigas no ninho (por área cultivada) e as perdas por desfolha, torna-se mais fácil fazer estimativas dos prejuízos causados pelas cortadeiras. Com base nisso, o produtor decide se deve (ou não) realizar o controle.
Controle químico
O controle químico das formigas cortadeiras é a forma mais comum por ser a mais eficiente. Nesse método, são utilizadas iscas tóxicas e termonebulização. Os produtos químicos podem ser em pó seco, gás ou líquido. Geralmente, as iscas com fipronil e cobre são colocadas juntamente a óleos essenciais e bagaços de laranjas. Quando as formigas ingerem as iscas, elas atuam lentamente no organismo da praga para que toda a colônia seja contaminada.
O mais recomendado é colocar as iscas quando o solo estiver seco, próximas a carreiros de formigas e bocas dos formigueiros.
Isca Granuladas
É muito importante usar iscas nos dias com maior atividade externa das formigas. As formigas desenvolvem intensa atividade de transporte e armazenagem de folhas e outras partes de plantas para alimentar os fungos no período até três dias antes de chuvas ou entrada de frentes frias.
Controle cultural
O controle cultural de formigas cortadeiras pode ser realizado com o revolvimento do solo onde estão os formigueiros, em especial se forem formigas do gênero Acromymex, que constroem os ninhos superficialmente. Outra medida é revestir o caule das árvores com um cone de pneu ou plástico. Essa prática não permite que as formigas subam a árvore. Se as plantas forem menores ou forem mudas, a melhor opção são as garrafas PET.
Outra medida eficiente é cultivar plantas repelentes (gergelim e batata-doce) próximas a lavouras, pomares, florestas ou pastagens.
Controle biológico
O controle biológico de formigas cortadeiras é realizado com a ajuda de inimigos naturais da praga. Como exemplos, temos: tamanduás, tatus, rãs, sapos, aves, besouros (Canthon e Taeniolobus), além de outras espécies de formigas (Nomamyrmex, Paratrechina e Solenopsis), e moscas (Phoridae).
Nos vemos no próximo artigo.